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A força cervical assume um papel crucial em várias condições de saúde, e essa importância se destaca ainda mais no contexto esportivo, especialmente em esportes de contato como o rugby. Avaliar essa força é essencial para entender a capacidade dos atletas de resistir a impactos e, assim, potencialmente prevenir lesões graves, como concussões. Neste post, vamos detalhar como se avalia a força cervical, enfatizando a importância da dinamometria nesse processo. Embora nosso foco esteja nos estudos com esportistas, é crucial destacar que se pode aplicar a metodologia discutida a qualquer tipo de paciente ou aluno.

Como é Feita a Avaliação de Força Cervical?

A avaliação da força cervical pode adotar diversas metodologias, variando significativamente de acordo com o objetivo específico e o contexto de aplicação. No contexto esportivo, especialmente no rugby, a força do pescoço desempenha um papel crucial, dada a alta frequência e intensidade dos impactos que os jogadores enfrentam. Assim, torna-se pertinente examinar atentamente alguns exemplos ilustrativos de como pesquisadores recentemente avaliaram a força cervical em estudos, para entender melhor as práticas utilizadas e os resultados obtidos. Este exame detalhado permite uma compreensão aprofundada das abordagens adotadas para avaliar a força cervical e a importância dessa avaliação no contexto dos esportes de contato, como o rugby, onde a preparação física e a prevenção de lesões são fundamentais.

Estudos e Métodos de Avaliação

Artigo 1

Em um estudo envolvendo jogadores de rugby semi-profissionais, procedeu-se à avaliação da força cervical utilizando um dispositivo de célula de carga digital portátil (SOUFEI SF-912), com precisão de 100 g e capacidade ajustável para 50 kg. Em seguida, submeteram-se os jogadores a testes em quatro direções distintas: flexão, extensão, e flexão lateral direita e esquerda. Ao longo de três semanas consecutivas, cada jogador completou três sessões de testes, intercaladas por uma semana de intervalo para recuperação. Antes do início do procedimento experimental, todos os participantes engajaram-se em um protocolo de aquecimento que incluía três repetições isométricas submáximas em cada uma das direções testadas, preparando-os adequadamente para os testes subsequentes.

Durante os testes, os jogadores posicionaram-se sentados em um banco de ginástica padrão, mantendo a cabeça e o pescoço em posição neutra. Utilizou-se um cinto de segurança para minimizar o movimento do tronco, enquanto almofadas de ar sob os pés preveniam movimentos adicionais e a contribuição dos membros inferiores. Ajustou-se um arnês de cabeça em volta da testa para flexão, na região occipital para extensão e sobre os ossos temporais para flexão lateral, conectando-o a um dispositivo de célula de carga por meio de um cabo rígido, fixado a uma estrutura metálica. Os participantes esforçaram-se ao máximo em três tentativas para cada uma das quatro direções testadas, com intervalos de 30 segundos entre as contrações e 60 segundos entre as diferentes direções. A ordem dos testes, randomizada entre os participantes, manteve-se constante em todas as ocasiões de teste.

Artigo 2

Além disso, um estudo complementar adotou o uso de um dinamômetro manual para medir a força isométrica do pescoço em jogadores de rugby, apresentando-se como um método menos invasivo e com boa a excelente confiabilidade intrassessão, além de justa confiabilidade intersessão. Neste enfoque, os jogadores semi-profissionais foram testados em uma posição sentada, com a cabeça e o tronco alinhados neutramente. Aplicou-se uma carga de forma incremental contra a resistência do pescoço do atleta até a detecção da falha posicional, isto é, quando o atleta não conseguia mais sustentar a posição contra a carga.

Artigo 3

Por fim, temos um estudo de coorte prospectivo com jogadores profissionais masculinos de rugby. Onde testou-se a força muscular do pescoço usando o dispositivo Vald Performance Head, em quatro direções. Além disso, os jogadores também realizaram um teste de resistência muscular do pescoço, adaptado de um protocolo de Halvorson e Peolsson, em duas direções. Após um aquecimento padronizado, os atletas submeteram-se a dois protocolos de teste: um para a força isométrica pico do músculo do pescoço em quatro direções e outro para a resistência muscular, em duas direções.

Este procedimento, no qual se colocava um arnês frouxo em volta da cabeça dos participantes, instruindo-os a exercer a máxima força possível por 4 segundos após uma contagem regressiva verbal de 3 segundos, permitiu uma avaliação precisa e confiável da força muscular cervical. Ao final, concedia-se um intervalo de 30 segundos entre cada uma das três repetições. Contabilizando-se apenas a maior força registrada, enfatizando a importância desse método para compreender a relação entre a força do pescoço e a prevenção de concussões em atletas de contato.

Como Realizar os Testes de Cervical com um Dinamômetro Handheld

Para avaliar a força do pescoço, adotamos um protocolo de teste que inclui cinco direções principais, usando um dinamômetro handheld:

  1. Flexão: O atleta senta-se com a cabeça em posição neutra e aplica força contra o dinamômetro posicionado na testa. Sendo assim, esta posição avalia a força dos músculos flexores cervicais.
  2. Extensão: O dinamômetro é colocado na parte posterior da cabeça, e o atleta empurra para trás. Esta medição é crucial para entender a força dos músculos extensores cervicais, que são fundamentais na absorção de impactos durante o jogo.
  3. Flexão Lateral Direita e Esquerda: O dinamômetro é colocado ao lado da cabeça, acima da orelha. O atleta realiza uma inclinação lateral contra a resistência. Esses testes ajudam a avaliar a força dos músculos laterais do pescoço.
  4. Rotação Cervical: Para avaliar a força durante a rotação cervical, o dinamômetro é posicionado na lateral da cabeça, ao nível do maxilar. Em seguida, o atleta, mantendo a cabeça em posição neutra, deve girar o pescoço contra a resistência do dinamômetro. Tanto para a direita quanto para a esquerda. Este teste mede a força dos músculos rotadores do pescoço, que são importantes para a mobilidade e estabilidade cervical durante movimentos rotacionais.

Além disso, os testes são realizados com o atleta sentado, com as mãos segurando a base do assento e os pés apoiados no chão. Esse posicionamento permite garantir que o tronco esteja seguro para minimizar o movimento corporal e focar na musculatura do pescoço.

Benefícios da Dinamometria

  • Objetividade: Fornece medidas quantitativas da força, o que é crucial para avaliar o progresso e a eficácia dos programas de treinamento.
  • Prevenção de Lesões: Ao identificar deficiências na força cervical, os profissionais podem desenvolver programas de treinamento específicos. Como fortalecer essas áreas e reduzir o risco de lesões.
  • Retorno ao Esporte: Após uma lesão, a dinamometria pode ajudar a determinar quando um atleta está pronto para retornar à prática esportiva com segurança.
  • Padronização: Permite a comparação de dados entre diferentes atletas ou grupos, facilitando a pesquisa e a análise de tendências no esporte.

Conclusão

Portanto, fica evidente que avaliar a força cervical é uma prática extremamente valiosa no esporte, especialmente em modalidades de alto impacto como o rugby. A dinamometria ocupa um papel crucial nesse processo. Ao fornecer dados objetivos e confiáveis que podem auxiliar na prevenção de lesões e na melhoria do desempenho.

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