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A somação temporal é um conceito que nos ajuda a entender como a dor pode se tornar mais intensa com o tempo, mesmo quando a causa da dor não muda. Imagine que seu corpo tem um alarme de dor que soa mais alto e mais frequentemente, mesmo que a razão para o alarme permaneça a mesma. Isso acontece porque, com estímulos dolorosos contínuos ou repetidos, nosso sistema nervoso se torna mais sensível e começa a reagir de forma exagerada. Isso é conhecido como sensibilização central, onde nossos neurônios, especialmente aqueles na espinha dorsal que são cruciais para sentir dor, ficam em um estado de alerta máximo. Eles respondem mais fortemente a qualquer sinal de dor, fazendo com que sintamos a dor de forma mais intensa.

A ciência ainda está tentando entender completamente como isso funciona, mas acredita-se que tudo começa com as fibras C, que são tipos de fibras nervosas nos nossos neurônios da espinha dorsal. Já que elas se comunicam usando uma substância química chamada glutamato e se ligam a receptores especiais chamados NMDA. Quando esses receptores são bloqueados, a intensificação da dor, ou seja, a soma temporal, diminui. Dessa forma, isso sugere que esses receptores e as fibras C desempenham um papel crucial nesse processo de amplificação da dor. Entender esse mecanismo é muito importante, pois pode nos ajudar a encontrar novas maneiras de tratar a dor crônica, tornando-a menos intensa e mais gerenciável para as pessoas que sofrem com ela.

Abaixo, o fisioterapeuta Artur Padão, uma das principais referências em neurociência da dor do Brasil explica como avaliar de forma prática a somação temporal.

E o que a literatura traz sobre somação temporal?


A pesquisa sobre o impacto do exercício na percepção da dor tem demonstrado consistentemente que a atividade física pode levar a uma analgesia induzida pelo exercício (AIE), caracterizada por um aumento nos limiares e tolerâncias à dor, além de uma diminuição nas classificações de dor durante e após o exercício. Em suma, esta descoberta é relevante no contexto da dor crônica, onde a redução da somação temporal pode representar um mecanismo importante pelo qual o exercício contribui para o alívio da dor. Dessa forma, estudos específicos focados no exercício isométrico, envolvendo contrações estáticas de preensão manual, revelaram que tanto exercícios exaustivos quanto não exaustivos podem reduzir significativamente a soma temporal da dor induzida pelo calor, com efeitos comparáveis em homens e mulheres.

Assim, esses achados são pioneiros ao demonstrar que a soma temporal da dor pode ser atenuada após curtos períodos de exercício isométrico, sugerindo uma abordagem potencialmente valiosa para o manejo da dor. Além disso, a pesquisa aponta para a eficácia do treinamento físico como parte de programas de controle da dor, reforçando o papel do exercício na reabilitação e no tratamento de condições de dor crônica.

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REFERÊNCIAS:

HACKETT, J.; NAUGLE, K. E.; NAUGLE, K. M. The Decline of Endogenous Pain Modulation With Aging: A Meta-Analysis of Temporal Summation and Conditioned Pain Modulation. The Journal of Pain, v. 21, n. 5-6, p. 514-528, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jpain.2019.09.005. Acesso em: [data de acesso ao documento].

KOLTYN, K. et al. Exhaustive and non-exhaustive isometric exercise significantly reduced temporal summation of heat pain in men and women. Eur J Pain, v. 17, n. 7, p. 1005-1011, ago. 2013. doi: 10.1002/j.1532-2149.2012.00264.x.

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